Hamilton supera Vettel no GP da Bélgica
28 Agosto 2017 - José Soares da Costa

Num fim de semana marcado pela emoção e recordes em Spa-Francorchamps, Lewis Hamilton bateu Sebastian Vettel após um aguerrido duelo que durou até à derradeira volta do Grande Prémio da Bélgica. Com este resultado, o piloto britânico reduziu a diferença pontual relativamente ao piloto da Ferrari no Campeonato de Pilotos para apenas 7 pontos. Daniel Ricciardo beneficiou de uma penalização atribuída a Kimi Raikkonen para alcançar a 3ª posição, superando também Valtteri Bottas após o período de Safety Car.

O tiro de partida para o Grande Prémio da Bélgica foi dado na sessão de qualificação, onde Lewis Hamilton efectuou a volta mais rápida de sempre em Spa-Francorchamps (1m42.553s) e somou mais uma pole position, igualando o recorde de Michael Schumacher: 68 pole positions. Após este feito, Ross Brawn entregou uma mensagem enviado por Corina Schumacher, congratulando o piloto britânico em nome do seu marido Michael, facto esse que deixou Lewis Hamilton visivelmente emocionado. Já Sebastian Vettel iria arrancar para este Grande Prémio ao lado do piloto britânico, na 2ª posição da grelha de partida.

A partida do Grande Prémio da Bélgica desenrolou-se sem surpresas, tendo Lewis Hamilton efectuado um arranque exemplar e respondido aos ataques iniciais de Sebastian Vettel. Dilatando a sua vantagem até cerca de 1.5 segundos, o piloto britânico ficou a salvo de qualquer ataque com recurso ao DRS por parte do piloto da Ferrari. As paragens nas boxes não trouxeram qualquer alteração no duelo pela vitória, mantendo-se inalterada a diferença entre os dois pilotos. No entanto, as últimas paragens nas boxes seriam decisivas para o desfecho deste Grande Prémio: contando com pneus ultra-macios para as derradeiras voltas deste Grande Prémio, Sebastian Vettel colocava-se em vantagem relativamente a Lewis Hamilton. O piloto britânico contaria apenas com pneus macios, mais lentos do que os pneus montados no Ferrari do seu adversário directo na luta pelo título de Pilotos.

Um toque entre Sérgio Pérez e Esteban Ocon viria a precipitar as escolhas dos dois pilotos da frente: os dois pilotos da Force India, que já haviam protagonizado um toque após a partida, voltaram a repetir a façanha durante a descida para o Eau Rouge. Pérez encostou Ocon ao muro interior, partindo a asa dianteira do Force India do piloto francês e espalhando detritos ao longo da pista. Pérez sofreu também um furo no seu pneu traseiro direito. Esta situação obrigou à entrada do Safety Car em pista, altura essa aproveitada por Hamilton e Vettel para rumarem às boxes e efectuarem as suas últimas trocas de pneus.

No reinício da prova, Vettel atacou ao máximo na saída do Radillon, colocando-se ao lado de Lewis Hamilton na recta de Kemmel. No entanto, o piloto britânico defendeu-se sem mácula, mantendo a liderança da prova. Rodando no limite até ao final, tanto Lewis Hamilton como Sebastian Vettel foram superando os seus tempos prévios, volta após volta. O piloto alemão bateu inclusivamente o recorde da pista em corrida (também da sua autoria, em 2009), registando um tempo de 1m46.577s. No entanto, tal esforço não seria suficiente e Lewis Hamilton acabaria por vencer por apenas 2 segundos de vantagem.

A luta pela última posição do pódio foi também animada, fruto de uma penalização de Stop & Go de 10 segundos atribuída a Kimi Raikkonen. O abandono de Max Verstappen, devido a problemas de motor, na recta de Kemmel, despoletou imediatamente uma situação de bandeiras amarelas neste mesmo local. Raikkonen foi o único piloto que não abrandou, tendo sido penalizado por esta situação. Descendo várias posições na classificação geral, o piloto finlandês efectuou uma rápida recuperação até ao momento da entrada do Safety Car, altura em já se encontrava na 5ª posição. No recomeço da prova, Valtteri Bottas foi ultrapassado por Daniel Ricciardo e Kimi Raikkonen, descendo da 3ª para a 5ª posição. Os pilotos da Red Bull e Ferrari discutiram entre si o último degrau do pódio, mas seria o simpático piloto australiano quem viria a terminar a prova no 3º lugar.

Nico Hulkenberg foi o “melhor dos outros”, levando a Renault até à 6ª posição e superando o Haas de Romain Grosjean e o Williams de Felipe Massa. Esteban Ocon, em Force India e Carlos Sainz Jr., em Toro Rosso, fecharam o Top-10 em Spa-Francorchamps. Destaque ainda para o abandono de Fernando Alonso, numa altura em que rodava na 7ª posição. Numa altura em que se discute na imprensa um eventual acordo com a Williams, fruto do seu descontentamento com a Honda, o piloto espanhol viu-se novamente prejudicado por uma unidade de potência pouco cooperante.