Resultados mistos na visita à Rampa da Covilhã
É costume dizer-se que “não há duas sem três”… efectivamente é a expressão aplicar à 3ª prova do Campeonato de Portugal de Montanha 2016, que teve lugar no passado fim-de-semana na Serra da Estrela – Covilhã, uma vez que pela 3ª vez consecutiva a chuva marcou presença durante o fim-de-semana, com períodos de chuva por vezes forte, deixando o traçado no Sábado sempre molhado e a implicar a utilização constante de pneus de chuva.
Estas condições climatéricas variáveis, principalmente no Sábado, fez com que em cada subida os mais de 40 pilotos encontrassem condições de tempo e aderência diferentes entre si. Felizmente no Domingo, para as duas derradeiras subidas de prova, a chuva parou, permitindo que o traçado secasse rapidamente, fazendo com que os pilotos optassem pela montagem de pneus slick. Independentemente das condições adversas sentidas ao longo do fim-de-semana, o público marcou presença vincada ao longo do traçado, com muitos deles a pernoitarem em tendas ao longo do percurso em condições dificultadas pela chuva que se fez sentir no Sábado o dia todo e na madrugada de Domingo.
O Team PRMiniracing, que fez alinhar os irmãos Rui e Paulo Ramalho ao volante dos seus respectivos protótipos, teve tal como todas as outras equipas bastante trabalho ao longo das diversas subidas de treinos e prova. Os elementos técnicos da PRMiniracing fizeram um trabalho fantástico e incansável na busca dos melhores “set-ups” para os protótipos subida a subida, indo de encontro às alterações constantes do traçado e aos inputs manifestados pelos dois pilotos. Infelizmente o Osella de Rui Ramalho teve alguns problemas no comando da caixa ao longo de todo o fim-de-semana e uma ruptura de jante na última subida de prova que hipotecou um resultado no pódio.
Rui Ramalho registou na Covilhã a sua 3ª participação ao volante do Osella PA21S EVO e curiosamente, tal como nas duas anteriores provas, novamente com a presença de bastante chuva. O piloto mais jovem da PRMiniracing não teve outra alternativa senão dar continuidade à sua adaptação ao novo protótipo italiano nestas difíceis condições. Para além das precárias condições de aderência no Sábado, o piloto manifestou à sua equipa durante todo o fim-de-semana que o comando da caixa de velocidades por patilhas no volante não correspondia sempre às suas ordens, obrigando o piloto a utilizar como recurso a alavanca manual sequencial, retirando-lhe a rapidez e comodidade na troca de relações da caixa de velocidades.
Mesmo assim, o piloto mais jovem da PRMiniracing vinha a fazer uma prova eficaz e inteligente, com o 2º lugar controlado e com o conhecimento da previsão do tempo hora a hora a indicar que para as duas derradeiras subidas de prova de Domingo a chuva faria um interregno, Rui tinha como objectivo atacar nas duas últimas subidas de prova, com o intuito de melhorar significativamente os seus registos de tempos. Contudo, na derradeira subida de prova, já próximo da linha de meta, a jante da frente esquerda do Osella colapsou sem causa aparente, fazendo com que o piloto ficasse sem direcção na saída de uma zona lenta, tocando nos railes de protecção sem importância de registo. Com o pneu vazio, Rui não teve a possibilidade de alcançar a linha de meta e com isso não garantiu pela 3ª vez consecutiva um lugar de relevo no pódio.
O seu resultado final foi assim encontrado pelo somatório dos tempos da 1ª subida de prova de Sábado com chuva e a 2ª subida de prova de Domingo, traduzindo-se num desapontante 12º lugar final. O piloto e a sua equipa já se encontram focados na reparação do Osella para a prova seguinte que terá lugar já no próxima semana, com o intuito de alcançar um bom resultado que permita esquecer este desaire técnico.
Paulo Ramalho, ao volante do protótipo inglês Juno CN09, sentiu igualmente as dificuldades normais de uma prova à chuva. No entanto, a estratégia encontrava-se bem definida e passava pela realização das subidas de treinos de Sábado com atenção redobrada, pois as mesmas não tinham qualquer significado para o resultado e um percalço poderia hipotecar o resultado final. Adivinhando ainda pela análise constante das actualizações da previsão do tempo para o local de que no Domingo, a chuva poderia marcar uma pausa durante as derradeiras subidas de prova, o piloto do Porto mantinha a esperança de poder melhorar significativamente os seus tempos nessas mesmas subidas e com isso discutir um dos lugares do pódio.
Foi precisamente o que aconteceu, dado que nas duas últimas subidas de prova o traçado encontrava-se praticamente seco, permitindo a utilização de pneus slick e possibilitando assim melhorias significativas dos seus registos de tempos, alcançando o 3º lugar absoluto pela 3ª vez consecutiva este ano. No entanto, este resultado soube a pouco, dado que o 2º lugar esteve ao seu alcance por menos de 3 décimos de segundo…De qualquer das formas este resultado foi muito interessante para as suas contas do campeonato.
É agora tempo de preparar a próxima prova que terá lugar na zona da Régua – Santa Marta de Penaguião – com o objectivo de manter a sequência destes bons resultados.