Fontes com vitória épica em Castelo Branco
José Pedro Fontes e Inês Ponte foram os grandes vencedores da edição de 2017 do Rali de Castelo Branco. A dupla campeã nacional assegurou o triunfo depois de um embate épico com Carlos Vieira que ficou no segundo lugar a 2.6 segundos de diferença. O vencedor da edição de 2016, João Barros, terminou no último lugar do pódio.
A segunda jornada do Campeonato Nacional de Ralis ficou marcada por um verdadeiro duelo entre pilotos ao volante de viaturas iguais, o Citroën DS3 R5. Desde a primeira classificativa que ambos mostraram capacidade para discutir o primeiro lugar. Durante a etapa inicial, João Barros, em Ford Fiesta R5, ainda se imiscuiu neste confronto e, apesar de alguns problemas de travões no carro, acalentou esperanças de repetir a vitória do ano anterior.
Mas nas seis classificativas que a Escuderia Castelo Branco reservou para a derradeira etapa, só Fontes e Vieira foram os mais rápidos. Os dois terminam esta prova com quatro vitórias em troços. Cada um venceu uma classificativa na 1ª etapa, somando ainda mais três triunfos durante o derradeiro dia de prova. Durante a manhã, Carlos Vieira foi o mais rápido nas duas primeiras classificativas. Antes do final da secção, José Pedro Fontes respondeu e recuperou o primeiro lugar.
Na 1ª classificativa da tarde, o portuense voltou a registar o melhor tempo. Mas em Fonte Longa 2, Vieira conseguiu bater o rival e ambos partiram para o último confronto separados apenas por um segundo. A tensão era tão grande como a emoção. Era certo que só no derradeiro controlo se saberia quem venceria o Rali de Castelo Branco de 2017. E aí, o melhor foi José Pedro Fontes. Bateu a concorrência na classificativa final e chegou ao pódio final com 2.6 segundos de vantagem sobre Carlos Vieira.
“Foi muito importante vencer o Rali de Castelo Branco. Tivemos uma grande luta com o Carlos Vieira que poderia pender para qualquer lado. Se tivesse caído para o lado dele, a vitória também seria bem entregue. Ele tem vindo a evoluir bastante. No rali, andámos sempre no máximo e as diferenças de tempo mostra isso”, afirmou José Pedro Fontes.
Para Carlos Vieira, o resultado também foi positivo: “Entrámos para o último troço com o objectivo de ganhar a especial e o rali. Mas acabou por não me correr tão bem como desejava. Estou satisfeito com o meu desempenho. Melhorei bastante nos últimos 12 meses e isso verificou-se nos tempos face à edição do ano passado”.
Durante a última etapa, João Barros não sentiu os problemas de travões no carro que o incomodaram na véspera mas, apesar disso, teve de se contentar em assistir de perto a confronto entre os dois primeiros. Miguel Barbosa (Skoda Fabia R5) continuou a evolução nos ralis e estava satisfeito com os progressos registados que lhe valeram o quarto lugar absoluto.
Na quinta posição, Ricardo Teodósio (Mitsubishi Lancer Evo X) assegurou a vitória no Agrupamento de Produção, a classe RC2N. O piloto algarvio teve uma participação a crescer e a prova disso foi a margem que conquistou, ao longo dos dois dias, face ao segundo classificado, Carlos Martins, em carro igual ao de Teodósio. O piloto alentejano fechou no sétimo lugar absoluto logo atrás de Francisco Cima que, em Renault Clio R3T, foi o melhor em carros com duas rodas motrizes.
Neste particular, o espanhol protagonizou um despique interessante com o seu compatriota, Javier Bouzas. Mas a experiência alcançada na edição do ano anterior foi valiosa para ser o melhor. Com este resultado, Cima conseguiu, ainda conquistar a vitória no troféu ibérico Renault Clio. Entre os concorrentes do campeonato 2R/2L, Pedro Antunes (Peugeot 208 R2) foi o grande vencedor. O nono lugar à geral foi também um prémio para o jovem piloto que deixou Paulo Neto (Citroën DS3 R1) em segundo do campeonato, a 5.6s.
No Challenge DS3 R1, destaque para a vitória folgada de Diogo Soares. O vencedor do troféu em 2016 mostrou-se surpreendido com os resultados troço após troço. A presença de pilotos mais experientes como João Ruivo e Miguel J. Barbosa fê-lo pensar que a vitória não estaria ao alcance. Mas é certo que o jovem madeirense mostrou todo a sua competitividade no asfalto da Beira Baixa e selou a primeira vitória de 2017.
O Rali de Castelo Branco também pontuou para a Taça Nacional de Ralis de Asfalto, competição em que Fernando Teotónio (Mitsubishi Lancer Evo VII) foi categórico. A diferença de 2m35.4 segundos para Nelson Trindade revela bem a sua superioridade. Na prova Extra, a dupla Ricardo Coelho/Beatriz Pinto, em Toyota Starlet, levou a melhor sobre Aníbal Rolo e Emílio Reixa que foram segundo e terceiro, respectivamente.