Hamilton vence duelo electrizante em Espanha
O Grande Prémio de Espanha de Fórmula 1 reuniu todos os ingredientes para colar os espectadores ao ecrã: vitórias discutidas ao segundo, duelos sem quartel em pista e muita emoção à mistura. Lewis Hamilton e Sebastian Vettel foram os protagonistas, levando ao limite as estratégias de utilização de pneus idealizadas pelas suas equipas. No final, seria o piloto da Mercedes a sagrar-se vencedor após uma ultrapassagem musculada e melhor aproveitamento do rendimento dos pneus macios.
Partindo da pole position conquistada durante a sessão de qualificação, Lewis Hamilton viu-se ultrapassado por Sebastian Vettel nos instantes iniciais do Grande Prémio de Espanha. Um arranque menos conseguido por parte do piloto britânico levou a que perdesse a liderança, dando o mote para uma prova bastante disputada, onde o ritmo de degradação dos pneus foi determinante para o resultado final.
Com ambos os pilotos a partirem com pneus macios para a fase inicial do Grande Prémio, a Ferrari optou por antecipar a paragem para a 15ª volta e montar um novo conjunto de pneus macios no monolugar transalpino. Vettel regressou à pista na 4ª posição, imediatamente atrás de Daniel Ricciardo, o qual viria a ultrapassar pouco tempo depois. Enquanto isso, a Mercedes pedia a Hamilton para aumentar o ritmo com pneus “velhos”, efectuando apenas a sua paragem à 21ª volta para montagem de pneus médios.
A estratégia da Mercedes apostava na maior eficácia dos pneus macios, que seriam montados para a fase final do Grande Prémio. Enquanto isso, a marca germânica colocava outro elemento em cima da mesa: Valtteri Bottas. Com a vantagem conquistada pelos “Flecha de Prata” e o Ferrari de Sebastian Vettel relativamente aos demais adversários, a Mercedes optou por deixar Bottas em pista de forma a atrasar ao máximo a progressão de Vettel, num período em que os pneus macios ainda estavam frescos.
À 22ª volta, Vettel encontrou Bottas em pista e mesmo com pneus novos e DRS à sua disposição, o piloto germânico perdeu cerca de 3 voltas até que conseguisse completar a ultrapassagem ao Mercedes do piloto finlandês, numa manobra ousada em cima da relva no final da recta da meta. O capítulo seguinte deste duelo Mercedes/Ferrari deu-se com a saída de pista na Curva 1 de Stoffel Vandoorne. Este incidente accionou um período de Safety Car Virtual durante o qual a Mercedes chamou Lewis Hamilton às boxes para montagem de pneus macios. A Ferrari respondeu de imediato a esta táctica, já depois deste período de Safety Car Virtual, com a montagem dos pneus médios no monolugar de Sebastian Vettel.
Com as estratégias das duas equipas a sobreporem-se, Vettel regressou à pista no exacto momento em que Hamilton chegava ao final da recta da meta. Lado a lado, os dois pilotos disputaram a liderança na travagem para a Curva 1. O piloto da Mercedes saiu de pista e foi Vettel quem levou a melhor neste duelo. Enquanto isso, Valtteri Bottas abandonava com problemas na unidade de energia germânica.
Com pneus mais frescos, era o momento do tudo ou nada para Hamilton. Vettel defendia a liderança como podia, mas acabaria por ser ultrapassado à 44ª volta: Hamilton aproveitou uma melhor entrada na recta da meta e a maior velocidade de ponta proporcionada pelo DRS. Sem qualquer hipótese de bloqueio, Vettel viu-se arredado da liderança. Sem ritmo para discutir novamente a liderança, Vettel permaneceu mesmo assim a uma curta distância do Mercedes de Hamilton até ao final da prova. O piloto britânico acabaria por confirmar o seu 2º triunfo do ano, após um electrizante duelo que levou a Ferrari e a Mercedes ao seu limite.
O degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Daniel Ricciardo. Num fim de semana onde todos esperavam um regresso de forma da Red Bull, apenas o piloto australiano foi capaz de corresponder às expectativas. O jovem Max Verstappen viu-se arredado da corrida logo após o arranque, após um toque de Kimi Raikkonen no qual o piloto finlandês não teve qualquer responsabilidade. Na 1ª abordagem à Curva 1, Valtteri Bottas deixou a traseira do seu Mercedes escorregar, corrigindo em demasia e tocando no Ferrari que seguia imediatamente a seu lado.
Sérgio Pérez e Esteban Ocon levaram a Force India à 4ª e 5ª posição respectivamente, enquanto Nico Hulkenberg somou valiosos pontos para a Renault com o 6º lugar alcançado. Pascal Wehrlein surpreendeu tudo e todos ao colocar a Sauber na 8ª posição. Carlos Sainz Jr. beneficiou da penalização atribuída a Wehrlein, ascendendo à 7ª posição. Danill Kvyat e Romain Grosjean completaram o lote de posições pontuáveis no Grande Prémio da Espanha.