Um adeus a Sir Stirling Moss
Aos 90 anos de idade, Sir Stirling Moss deixou-nos às primeiras horas deste Domingo de Páscoa. Considerado por muitos como o melhor piloto de sempre a não conquistar o título mundial de Fórmula 1, o versátil piloto tornou-se num símbolo do automobilismo britânico.
Sir Stirling Moss deu os primeiros passos no automobilismo em 1948, num Cooper-JAP MkII de Fórmula 3. Mas seria na Fórmula 1 que o piloto britânico revelaria o seu brilhante talento. Em 1951, estreou-se no “Grande Circo” ao volante de um HWM Alta no Grande Prémio da Suiça, conquistando um 8º lugar. Em 1954, finalmente ao volante de um competitivo Maserati 250F, as exibições de Moss impressionaram Albert Neubauer, responsável máximo da Mercedes. O contrato oficial para 1955 foi o passo seguinte, fazendo parelha com o seu mentor Juan Manuel Fangio.
A primeira vitória na Fórmula 1 surgiu nessa mesma temporada, no Grande Prémio da Grã-Bretanha disputado no traçado de Aintree. Para além deste triunfo, destaque ainda para as 3 vitórias no Grande Prémio do Mónaco e os triunfos no Grande Prémio de Portugal de 1958 e 1959, disputados no Circuito da Boavista e Monsanto respectivamente. No seu vasto currículo, Sir Stirling Moss conta com 4 vice-campeonatos mundiais de Fórmula 1, para além de 3 terceiros lugares. No entanto, a sua maior conquista surgiria na Mille Miglia em 1955: a bordo do imponente Mercedes 300 SLR “722” e contando com o jornalista Denis Jenkinson como navegador, Moss bateu tudo e todos e conquistou a vitória perante a ovação de milhares de espectadores italianos.
Em 1962, um violento acidente em Goodwood trouxe consequências irreversíveis para a sua carreira: uma recuperação lenta, após um mês em coma e 6 meses parcialmente paralisado. O seu primeiro teste após o acidente foi clarividente: o piloto britânico já não contava com a rapidez, naturalidade e motivação de outrora. O abandono da carreira de piloto foi inevitável, dedicando-se então aos negócios e aos comentários televisivos. No entanto, Moss ainda regressaria ao BTCC em 1980, ao volante de um Audi oficial, efectuando também algumas aparições em competições históricas até 2011.