Crónica de um Grande Prémio “fantasma”…
30 Agosto 2021 - José Soares da Costa

O Grande Prémio da Bélgica de 2021 ficará para a História como a prova mais curta da Fórmula 1…sem que houvesse qualquer volta competitiva. A presença constante da chuva levou Michael Masi, director de prova, a colocar o Safety Car em pista, cumprindo o número mínimo regulamentar de voltas para fosse atribuída uma classificação oficial e respectivos pontos. Tudo isto, após quase 4 horas de espera para pilotos, equipas, espectadores, imprensa e comissários…

A crónica do Grande Prémio da Bélgica resume-se do seguinte modo: após um atraso de 25 minutos relativamente à hora inicial (14h00), o Grande Prémio da Bélgica arrancou com o Safety Car em pista, tendo a corrida sido interrompida após duas voltas cumpridas ao traçado belga. A chuva, que teimava em não abrandar, não dava qualquer esperança às equipas. Enquanto isso, o limite de 3 horas para a conclusão do evento decorria, estando o limite regulamentar estipulado para as 17h00 (hora portuguesa). Tentando garantir a realização do evento a todo o custo, a organização de prova parou esta contagem do tempo quando restava uma hora por cumprir.

As previsões meteorológicas davam conta de um possível desagravamento do tempo às 17h00 (hora portuguesa), facto que desencadeou um novo procedimento de partida. À hora estipulada, os monolugares regressaram à pista, sem que as condições tivessem sofrido qualquer melhoria visível. Deste modo, o surgimento da bandeira vermelha e consequente regresso à via das boxes após mais duas voltas foi inevitável. Quando faltavam apenas 15 minutos para o final do tempo regulamentar, a organização de prova deu por concluído o Grande Prémio da Bélgica, atribuindo 50% dos pontos aos pilotos classificados no Top-10.

Com este “resultado”, Max Verstappen conseguiu mais um triunfo em 2021, reduzindo a sua diferença face a Lewis Hamilton para 3 pontos. O piloto da Mercedes terminou na 3ª posição, imediatamente atrás do seu compatriota George Russell, um estreante nestas lides. De modo inusitado, a Williams conquistou o seu primeiro pódio desde Grande Prémio do Azerbeijão de 2017.

Para que os nossos leitores não se sintam defraudados com o pobre espectáculo proporcionado pela Fórmula 1 em Spa-Francorchamps, deixamos-vos com uma pequena recordação do passado: a transmissão integral do Grande Prémio da Austrália de 1991, até ontem a prova mais curta na já longa história da Fórmula 1. Apesar da chuva ter marcado presença em abundância no traçado de Adelaide, foi dada luz verde para o arranque da prova. No entanto, ao fim de 17 voltas e após diversos acidentes, motivados em larga medida pelo súbito agravamento da chuva, a prova australiana viria a ser dada como concluída.