Lancia ECV2

Como tinha sido referido no artigo referente ao Lancia ECV, o desenvolvimento deste protótipo não foi encerrado após a conclusão da sua primeira versão. Mesmo após o cancelamento do Grupo S, a Lancia insistiu em desenvolver um veículo de competição que incorporasse todas as inovações projectadas pelos seus engenheiros.

O resultado disso foi o ECV2, do qual foram construídos apenas 2 exemplares. Esta viatura foi apresentada de modo não oficial em 1988. Era composta por um chassis tubular e carroçaria construída em fibra de carbono, totalmente redesenhada e com melhor aerodinâmica, conseguida graças à colaboração com a Abarth. O motor era o mesmo do ECV, com cerca de 650cv (mais 50cv que o motor do ECV e mais 350cv que o limite estabelecido para o Grupo S), com intercooler modificado e radiadores localizados na parte dianteira da viatura.

No chassis, tal como no ECV, era utilizado intensivamente vários compósitos em forma de colmeia, kevlar, fibra de vidro e fibra de carbono. No que concerne a transmissão, relativamente ao ECV (e Delta S4), havia a introdução de 3 diferenciais mecânicos, que transferiam 30% da potência para as rodas dianteiras e 70% para as rodas traseiras. Além disso, o ECV2 tinha travões de disco ventilados, direcção assistida e suspensões com dois braços sobrepostos.

A ergonomia do piloto também foi considerada, tendo o interior minimalista do ECV2 sido repensado para oferecer o melhor conforto ao piloto.O peso do carro situava-se nos 900kg e a viatura era bastante compacta e equilibrada (tinha apenas 4 metros de comprimento), especialmente se comparado com o modelo anterior. Calcula-se que o ECV2 atingiria os 200km/h em apenas 10 segundos e tivesse uma velocidade máxima de 230km/h.

O ECV2, tal como o ECV original, foi desenvolvido já depois do anúncio do cancelamento do Grupo S. No entanto, a Lancia tinha como objectivo mostrar o seu domínio das novas tecnologias ao dispor dos engenheiros e apresentar o que de melhor poderia criar nas suas oficinas.

Tal foi amplamente conseguido, devido ao elevado mediatismo que tanto o ECV como o ECV2 tiveram. Depois de terem sido analisados pela imprensa da época, o ECV e o ECV2 foram guardados em museus, como recordações de uma época de ouro nos Ralis e do que poderia ter sido o futuro…