Verstappen conquista vitória estratégica em França
22 Junho 2021 - José Soares da Costa

Num emocionante Grande Prémio de França, disputado no traçado de Paul Ricard, a dupla Max Verstappen/Red Bull optou por uma arriscada estratégia e conquistaram o triunfo nos derradeiros instantes da prova. Se Lewis Hamilton viu-se novamente batido pelo jovem holandês, fazendo soar os alarmes em Brackley, Sérgio Pérez voltou a confirmar a aposta da Red Bull ao somar mais um pódio na presente temporada.

Partindo da pole position, Max Verstappen não teve no entanto o melhor arranque: o piloto da Red Bull falhou a abordagem à 1ª curva, perdendo a traseira do seu monolugar e seguindo em direcção à escapatória. Quem aproveitou o percalço foi Lewis Hamilton, que ascendeu à liderança da prova. Apesar deste desaire, Max Verstappen mantinha-se perto do piloto britânico, rodando na 2ª posição. Sem que Verstappen conseguisse ultrapassar Hamilton em pista, as paragens nas boxes seriam decisivas na discussão da liderança.

Na preparação para o Grande Prémio de França, tanto as formações como a própria Pirelli apontavam para uma estratégia de uma paragem. No entanto, tudo poderia alterar-se, mediante o grau de degradação apresentado pelos pneus de composto médio durante a fase inicial da prova. Tal como se verificou, estes pneus foram sujeitos a um maior esforço,  em virtude da elevada temperatura ambiente (cerca de 26 Cº), o que obrigou a antecipar as paragens nas vias das boxes.

À 17ª volta, Valtteri Bottas foi o 1º piloto a efectuar a sua paragem, montando pneus de composto duro. Na volta seguinte, foi a vez de Verstappen, que teria agora a oportunidade de executar o “undercut” a Lewis Hamilton. Conservando dois segundos de vantagem relativamente a Verstappen, Hamilton e a Mercedes optaram por efectuar a sua paragem à 19ª volta, tentando cobrir o ataque da Red Bull. No entanto, tal opção acabaria não ser bem sucedida, sendo Hamilton ultrapassado pelo “holandês voador” no final da recta da meta.

Com Verstappen no comando da prova e sem que os Mercedes conseguissem atacar, o trio da frente preocupava-se agora com a vida útil dos pneus duros e com a possibilidade de uma segunda paragem na via das boxes. No campo da Red Bull, Sérgio Pérez dispunha de uma vantagem estratégica, dado que havia efectuado a sua paragem apenas à 24ª volta. No entanto, a equipa austríaca queria evitar a qualquer custo a repetição do filme vivido em Barcelona, onde foi amplamente batida pela Mercedes no “jogo” estratégico.

À 31ª volta, a Red Bull arriscou ao apostar numa estratégia de duas paragens para Max Verstappen, montando pneus de composto médio para a derradeira fase do Grande Prémio de França. Com Hamilton e Bottas a manterem-se em pista, Max Verstappen imprimiu um forte ritmo a partir desse momento, rodando cerca de 2 segundos mais rápido do que os Mercedes. Se Pérez cedeu sem discussão a posição ao seu colega de equipa, Bottas viu-se ultrapassado pelo piloto holandês a 10 voltas do final. Com cerca de 5 segundos a separá-lo de Lewis Hamilton, Verstappen encurtou rapidamente esta diferença, alcançando-o na penúltima volta. Com a ajuda do DRS, o piloto da Red Bull consumou a ultrapassagem ao piloto da Mercedes, assumindo desta forma a liderança e conquistando o 3º triunfo desta temporada. Para além disso, Verstappen assegurou também o ponto atribuído à volta mais rápida.

Se Max Verstappen e Lewis Hamilton haviam garantido as suas posições no pódio, Pérez viria a dar mais um “golpe” na estratégia elaborada pela formação da Toto Wolff: com pneus mais frescos, o piloto mexicano ultrapassou Valtteri Bottas com relativa facilidade e alcançou o degrau mais baixo do pódio, ajudando as contas da Red Bull no Campeonato de Construtores. Para além do quarteto da frente, a McLaren também esteve em claro destaque em Paul Ricard, ao colocar Lando Norris e Daniel Ricciardo no 5º e 6º lugar respectivamente. Pierre Gasly, em Alpha Tauri, foi o 7º classificando, batendo o Alpine de Fernando Alonso. A Aston Martin completou o Top-10 em França, por intermédio de Sebastian Vettel e Lance Stroll, 9º e 10º classificados respectivamente.