J.P. Fontes vence Rali Vinho Madeira polémico
7 Agosto 2016 - José Soares da Costa

Bruno Magalhães

A edição de 2016 do Rali Vinho Madeira foi discutida ao segundo e 5 duplas tinham verdadeiras hipóteses de alcançarem o triunfo. Bruno Magalhães foi o piloto que se destacou ao longo de toda a prova, mas um incidente insólito viria a manchar a prova: uma pedra na 18ª PE provocou a saída de estrada do piloto do Fiesta R5, levando a um conjunto de situações que resultaram na atribuição de uma penalização que lhe retirou a vitória. José Pedro Fontes foi declarado vencedor do Rali Vinho Madeira, muito embora os resultados estejam ainda suspensos.

A prova madeirense iniciou-se como habitual com a Super Especial da Avenida do Mar, onde Ricardo Moura foi o piloto mais rápido, ao bater Bruno Magalhães e Carlos Vieira por 0.5 e 0.8 segundos respectivamente. Nas classificativas matinais da 1ª etapa, Bruno Magalhães impôs-se à concorrência e ascendeu à liderança da prova. Com 4 classificativas disputadas, 0.4 segundos separavam o tetra vencedor da prova do Citroen DS3 R5 de José Pedro Fontes. Miguel Campos chegou a ocupar a 1ª posição após a 2ª classificativa, mas um problema num rolamento fê-lo descer para a 3ª posição, a 1.7 segundos do líder.

Nas classificativas da tarde do 1º dia de prova assistiu-se a um duelo entre Magalhães e Fontes, tendo a distância entre os dois aumentado para 0.5 segundos. Enquanto isso, Campos debatia-se com mais problemas no Skoda Fabia R5: uma fuga de gases do tanque de combustível para o habitáculo da viatura checa atrasava ainda mais o piloto famalicense, que já se encontrava a 10 segundos do 1º classificado. Quem aproveitava esta situação era Alexandre Camacho e Miguel Nunes, que se encontravam a 2.5 e 3 segundos de Campos.

Nas duas classificativas nocturnas que terminavam o 1º dia de prova, Bruno Magalhães voltou a ditar o ritmo. Enquanto isso, José Pedro Fontes perdeu o contacto e viu-se ultrapassado por Alexandre Camacho na classificação geral da prova. O piloto madeirense adaptou-se progressivamente ao Peugeot 208 T16 e era então o 2º classificado, a 10.4 segundos de Magalhães. Já Fontes desceu para a 3ª posição, a 12.3 segundos de distância do líder.

No derradeiro dia de prova, Bruno Magalhães entrou à defesa e viu os seus adversários directos recuperem algum do tempo perdido na 1ª etapa. Ao final da manhã, 7.4 segundos separavam Alexandre Camacho da liderança e José Pedro Fontes mantinha-se na 3ª posição, a 10 segundos de distância. Mas tudo acabaria por ser decidido na PEC 18, Ponta do Pargo 2, penúltima classificativa da prova madeirense.

Nessa classificativa, Bruno Magalhães encontrou uma pedra em plena trajectória, embatendo na mesma e sofrendo uma saída de estrada. Numa reacção a quente, o piloto e o seu navegador, Hugo Magalhães, solicitaram de imediato a presença da Polícia no local, dado se tratar de uma situação irregular e que colocou em causa a sua segurança. De acordo com a organização, a referida pedra não se encontrava presente no local após a passagem da última viatura “zero”.

Para além da presença das autoridades, Bruno e Hugo Magalhães solicitaram também a paragem das viaturas que seguiam imediatamente a atrás de si: Alexandre Camacho e José Pedro Fontes. Sem que nenhum piloto tivesse controlado no final da 18ª classificativa, devido à interrupção forçada da mesma, a organização da prova acabaria por ditar a anulação da classificativa. Num caso polémico e complexo, Bruno Magalhães justificou a interrupção da classificativa por motivos de segurança, mesmo se o procedimento seguido não foi de acordo com os regulamentos em vigor.

Sem danos aparentes no Fiesta R5, a parte de um eventual toque da pedra no cárter, o tetra vencedor do Rali Vinho Madeira prosseguiu em prova sem nenhuma penalização atribuída. Com apenas uma classificativa por cumprir, Bruno Magalhães mantinha-se na frente da prova com 6.5 segundos de vantagem sobre Alexandre Camacho. José Pedro Fontes era o terceiro classificado, a 9.7 segundos.

No derradeiro troço, Bruno Magalhães bateu a concorrência e confirmou o seu triunfo. Apesar do toque e respectiva saída de estrada, o Ford Fiesta R5 assistido pela P&B Racing encontrava-se em boas condições. Na luta pela 2ª posição, José Pedro Fontes conseguiu superar Alexandre Camacho por apenas 1 segundo e terminou a prova a 5.7 segundos de distância de Magalhães.

No entanto, após o final da prova e a realização do pódio, o Colégio de Comissários Desportivos reuniu-se para analisar o incidente da 18ª classificativa. Desta reunião saiu uma decisão que alteraria o resultado final da prova madeirense: penalização de 35 segundos à dupla Bruno Magalhães / Hugo Magalhães. de acordo com o ponto 11.9.2 J do Código Desportivo Internacional. Motivo da penalização: conduta imprópria exibida durante a situação referenciada. Para além disto, o piloto foi repreendido e o caso reportado à FPAK.

Com esta decisão, José Pedro Fontes e Inês Ponte Grancha foram declarados vencedores do Rali Vinho Madeira. Na 2ª posição terminou Alexandre Camacho, a 1 segundo do 1º classificado e Miguel Nunes completou o pódio, a 27.8 segundos. Bruno Magalhães apelou da decisão, estando os resultados suspensos até nova decisão. Entre as duas rodas motrizes, João Silva levou o Renault Clio R3 ao triunfo.