Um intruso chamado Kris Meeke
20 Maio 2016 - José Soares da Costa

O britânico Kris Meeke, que esta temporada apenas marca presença em algumas provas do Campeonato do Mundo, pois a Citroen decidiu empenhar-se no desenvolvimento do seu novo carro para 2017, foi a grande figura da primeira etapa do Vodafone Rally de Portugal. Qual intruso, o piloto do construtor francês intrometeu-se numa “guerra” que não é sua, assumindo o papel de líder ao tirar partido de uma boa posição na estrada (era o décimo terceiro a iniciar as classificativas) para ganhar segundo atrás de segundos a toda a gente.

Este ano, para além de testes, o britânico fez apenas dois ralis, o de Monte Carlo (desistência) e o da Suécia (23º classificado). Como seria expectável, Sébastien Ogier, líder do Mundial, acabou penalizado por ser ele a “abrir” a estrada, para chegar ao final as oito classificativas desta sexta-feira com um atraso de 31,9 segundos para o piloto do Citroen.

Fora da discussão da vitória encontra-se já Jari-Matti Latvala, que depois de um início de prova sem o VW Polo afinado na perfeição, acabaria por ser penalizado pela quebra da direção assistida. Ainda antes desse percalço, a prova portuguesa perdia o contributo de Hayden Paddon, o jovem piloto da Hyundai vencedor, no mês passado, do Rali da Argentina, no seguimento de uma saída de estrada. E a equipa do construtor sul-coreano regressa a casa com um carro a menos, já que o guiado pelo neozelandês acabou consumido integralmente pelas chamas. 

Cumprida a ronda pelas classificativas minhotas e antes da passagem para terras durienses e transmontanas, este sábado, a discussão da vitória está na mão de quatro pilotos, num duelo em que Meeke é o já referido intruso no meio dos pilotos da VW (Ogier e Mikkelsen) e da Hyundai (Sordo). E o seu jovem colega de equipa Stéphane Lefebvre dá mostras de uma evolução notável, cuja regularidade lhe permite ser já considerado uma das revelações do rali.