Stéphane Peterhansel triunfa no Dakar
15 Janeiro 2017 - José Soares da Costa

A Peugeot voltou a ser a referência no Dakar, vencendo e superiorizando-se às suas rivais. A Toyota Gazoo Racing, apesar de ter demonstrado o ritmo necessário para lutar de igual para igual com a marca francesa, rapidamente ficou sem argumentos para discutir a vitória. Já o novo MINI JCW Rally esteve um passo atrás da concorrência, estando longe dos tempos áureos de outras edições. Nas motos, Sam Sunderland aproveitou os azares alheios para conquistar uma inesperada vitória.

Em mais uma edição do Dakar, Stéphane Peterhansel somou a sua 13ª vitória após uma luta sem quartel com Sébastien Loeb. O desaire de Nasser Al-Attiyah durante a 2ª etapa (ficou sem o pneu traseiro direito da Hilux), logo após uma exibição de luxo durante a 1ª etapa, hipotecou qualquer esperança de vitória por parte da Toyota Gazoo Racing. Sem que Giniel de Villiers conseguisse superiorizar-se aos Peugeot, os 3008 DKR conquistaram as vitórias nas restantes etapas em disputa.

As trocas de liderança ao longo da 1ª semana foram uma constante e apenas as etapas reduzidas ou até canceladas durante a 2ª semana diminuíram a intensidade desta luta. Se Cyril Despres foi perdendo terreno para os seus companheiros de equipa apesar de ter conquistado a sua 1ª vitória numa etapa, Carlos Sainz viu-se a braços com uma saída de estrada durante a 4ª etapa que o colocou fora de prova. No final, a luta pela vitória ficou reduzida a dois pilotos: Sébastien Loeb e Stéphane Peterhansel.

Com Sébastien Loeb na liderança à entrada para a 10ª etapa, seria Stéphane Peterhansel a superiorizar-se no final dessa mesma etapa. Nem mesmo um acidente com um motard viria a perturbar o andamento do piloto francês, que veria o tempo perdido na ajuda prestada ao piloto ser retirado pelo ASO. Na 11ª etapa, Loeb teria que ganhar cerca de 5 minutos para recuperar a liderança e alcançar a sua primeira vitória no Dakar.

Na fase inicial da etapa, num terreno favorável a Peterhansel, Loeb recuperou mais de 2 minutos. Mas seria a 2ª fase da etapa, num terreno já utilizado pelo Rali da Argentina, que viria a causar problemas a Loeb. Um furo e uma saída de estrada reflectiam-se no tempo ganho pelo piloto francês, que acabaria por reduzir o andamento e contentar-se com a 2º posição na classificação geral. Stéphane Peterhansel confirmava desta forma a sua 13ª vitória, dando o 2º triunfo consecutivo à Peugeot. Com Cyril Despres na 3ª posição, a marca francesa somou uma “tripla” nesta edição do Dakar. Nani Roma, 4º classificado ao volante de uma Toyota Hilux da Overdrive, foi o “melhor dos outros”.

Nas restantes categorias, Sam Sunderland levou a KTM à vitória após a desistência prematura de Toby Price e a penalização de 1 hora atribuída às Honda oficiais, devido a reabastecimento em zona proibida durante a 4ª etapa. Paulo Gonçalves foi o melhor português, na 6ª posição. A Kamaz somou mais um triunfo nos camiões, graças a Eduard Nikolaev. Nos quads, Sergey Karyakin bateu os favoritos e deu a vitória à Yamaha. Por fim, Leandro Torres e Lourival Roldan venceram entre os UTV ao volante de um Polaris.