Toyota conquista 5º triunfo em Le Mans
Na 90ª edição das 24 Horas de Le Mans, a Toyota alcançou a sua 5ª vitória consecutiva, feito que a coloca no mesmo patamar das suas potenciais rivais: Porsche, Audi e Ferrari. Com um desempenho “à prova de bala”, Brendon Heartley, Sébastien Buemi e Ryo Hirakawa bateram os seus companheiros de equipa na luta pela vitória. António Félix da Costa e Henrique Chaves assinaram uma página de ouro para o automobilismo português, ao conquistarem a vitória nas classes LMP2 e GTE Am.
Numa prova onde o favoritismo residia firmemente no campo da Toyota, o construtor nipónico não deixou os seus créditos em mãos alheias. A animada luta pelo triunfo resultou em sucessivas trocas de liderança entre os GR010 #7 e #8. No entanto, um problema técnico no GR010 #7 (só resolvido com um “reset” total dos sistemas electrónicos) ditou o desfecho desta contenda. A tripla Hartley, Buemi e Hirakawa ficou assim com o caminho livre para o triunfo, terminando a prova com cerca de dois minutos de vantagem sobre os seus companheiros de equipa “Pechito” López, Kamui Kobayashi e Mike Conway.
Quanto à Glickenhaus, a formação norte-americana terminou a clássica prova francesa na derradeira posição do pódio, cumprindo desta forma um sonho de criança do seu carismático fundador, Jim Glickenhaus. Franck Mailleux, Ryan Briscoe e Richard Westbrook foram os autores desta façanha, irremediavelmente facilitada após o atraso do 2º Glickenhaus SCG007, entregue a Olivier Pla, Romain Dumas e Felipe Derani, e os inúmeros desaires protagonizados pelo Alpine A480. A formação francesa não foi além do 23º lugar, a 18 voltas do vencedor da prova.
No que concerne a classe LMP2, António Félix da Costa, juntamente com Roberto Gonzalez e Will Stevens, colocaram o ORECA 07 da JOTA no degrau mais alto do pódio. A formação britânica bateu a sua rival Prema (cujo ORECA era partilhado por Robert Kubica, Louis Deletraz e Lorenzo Colombo) na luta pelo triunfo, enquanto na 3º posição terminou mais um ORECA da JOTA, desta feita entregue a Oliver Rasmussen, Ed Jones e Jonathan Aberdein.
Quanto a Filipe Albuquerque, o piloto de Coimbra não teve a sorte do seu lado: o ORECA da United Autosports, pilotado então por Will Owen, foi tocado por viatura idêntica da WRT (com René Rast ao volante) nos metros iniciais da prova, tendo sido atirado para a gravilha. Desta forma, o 14º lugar da classificação geral foi o melhor resultado possível. Destaque ainda para o triunfo da Algarve Pro Racing na classe LMP2 Pro Am, naquele que foi o primeiro triunfo de sempre de uma equipa portuguesa em Le Mans.
Entre os GTE Pro, apesar da liderança inicial da Corvette (abalada por incidentes técnicos e um acidente aparatoso), seria a Porsche a triunfar na última visita dos GTE oficiais a Le Mans. Gianmaria Bruni, Richard Lietz e Frédéric Makowiecki bateram confortavelmente os dois Ferrari da AF Corse, que terminaram nos restantes lugares do pódio.
Quanto aos GTEAm, novo triunfo para as hostes lusitanas: Henrique Chaves, na sua estreia em Le Mans, levou o Aston Martin #33 da TF Sport ao triunfo. Partilhando a viatura britânica com Ben Keating e Marco Sorenson, o piloto português recuperou da sua desvantagem inicial (partiu da 19ª posição) para alcançar a vitória numa edição memorável para o automobilismo português. Cooper MacNeil, Thomas Merrill e Julien Andlauer (Porsche 911 RSR) e Paul Dalla Lana, Nicki Thiim e David Pittard (Aston Martin) completaram o pódio desta classe.