Hamilton e Mercedes imbatíveis em Monza
6 Setembro 2015 - José Soares da Costa

Mais um Grande Prémio, mais uma vitória de Lewis Hamilton! O cenário já habitual em 2015, repetiu-se em Monza, palco da peregrinação anual dos enérgicos “tiffosi”. E com os problemas no campo da Mercedes, os adeptos italianos chegaram mesmo a sonhar com um triunfo da Ferrari. Sebastian Vettel terminou na segunda posição, enquanto Felipe Massa aproveitou a quebra de motor do Mercedes de Nico Rosberg para completar o pódio.

Lewis Hamilton partia novamente da pole position, mas ao contrário do que se verificou nas provas anteriores, o piloto britânico tinha na Ferrari uma real ameaça em Monza. A escuderia italiana ocupava a 2ª e 3ª posição da grelha, alcançadas por Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel respectivamente. Mas tudo se alterou durante a partida do Grande Prémio de Itália: Kimi Raikkonen ficou parado na grelha! Um problema com a embraiagem do Ferrari do piloto finlandês atirou-o para o fundo do pelotão, prejudicando também Nico Rosberg.

Com Lewis Hamilton na frente, Sebastian Vettel ascendia à segunda posição, sendo imediatamente seguido por Felipe Massa e Valtteri Bottas. Destaque ainda para o toque entre os Lotus de Romain Grosjean e Pastor Maldonado na 1ª curva, que levou ao abandono de ambos. Apesar do arranque menos conseguido, Kimi Raikkonen conseguiu alcançar os lugares pontuáveis ao fim de apenas 10 voltas. Enquanto isso, Hamilton distanciava-se gradualmente de Vettel, abrindo uma confortável vantagem para o seu mais directo rival.

O seu companheiro de equipa, Nico Rosberg, encontrava-se preso atrás do Williams de Valtteri Bottas, obrigando a uma mudança de estratégia por parte da Mercedes. Nico Rosberg viu a sua única paragem antecipada, rumando às boxes na 18ª volta. A Williams respondeu a esta alteração de planos da Mercedes com a paragem de Felipe Massa na 20ª volta, mas tal foi insuficiente para impedir a ascenção de Nico Rosberg à 3ª posição.

Lá na frente, Hamilton e Vettel efectuaram as suas paragens após metade da distância total do Grande Prémio. No entanto, a Mercedes permaneceu na liderança, aumentando ainda mais a distância relativamente à sua rival italiana. Com Vettel a cerca de 20 segundos de Hamilton e Nico Rosberg a reduzir cada vez mais a sua distância relativamente ao piloto da Ferrari, todas as atenções estavam centradas na luta pela 2ª posição.

A cinco voltas do final do Grande Prémio, surgiram no campo da Mercedes diversos olhares de preocupação. No rádio, o engenheiro de corrida pedia a Lewis Hamilton para aumentar o seu ritmo e dilatar a sua vantagem relativamente a Vettel, sem que fosse transmitida uma explicação para esse facto. Hamilton cumpriu com o pedido, aumentando a vantagem para 25 segundos. Mais atrás, o motor do Mercedes de Nico Rosberg explodiu na Curva Grande, a apenas duas voltas do final, entregando a 3ª posição ao Williams de Felipe Massa.

Com a última posição perdida, a Mercedes podia celebrar a vitória de Lewis Hamilton. Sebastian Vettel foi incapaz de bater o Mercedes e terminou na 2ª posição, motivando uma enorme celebração por parte dos adeptos italianos em plena recta da meta. A Williams saiu de Monza com motivos para sorrir, alcançando a 3ª e 4ª posição num fim de semana onde as expectativas da equipa britânica eram relativamente baixas.

No 5º lugar terminou o Ferrari de Kimi Raikkonen, autor de uma prova de recuperação verdadeiramente notável. Apesar do problema no arranque do Grande Prémio, o piloto finlandês respondeu positivamente ao desafio que tinha entre mãos e alcançou pontos valiosos para o Campeonato de Construtores. Os Force India de Sérgio Perez e Nico Hulkenberg terminaram nas posições seguintes, tendo o top-ten sido completado por Daniel Ricciardo (Red Bull), Marcus Ericsson (Sauber) e Daniil Kvyat (Red Bull).

Após o final do Grande Prémio, os motivos para a preocupação dos responsáveis da Mercedes foram finalmente revelados: os dois monolugares germânicos haviam partido com a pressão dos pneus abaixo do limite (0.3 bar para Lewis Hamilton e 1.1 bar para Nico Rosberg). Após análise atenta dos comissários desportivos, determinou-se que a pressão dos pneus foi correctamente aplicada pela Mercedes. Desta forma, não foi atribuída qualquer penalização a Lewis Hamilton, o qual manteve a vitória alcançada no Grande Prémio de Itália.