Rui Ramalho vence na Rampa da Penha!
7 Maio 2015 - José Soares da Costa

Teve lugar no fim-de-semana passado o início do Campeonato de Portugal de Montanha 2015. O palco utilizado para a abertura das hostilidades foi a Rampa da Penha em Guimarães, curiosamente o mais antigo traçado nacional de Rampas, cuja 1ª edição remonta ao distante ano de 1929.

As previsões meteorológicas não eram favoráveis para todo o fim-de-semana e efectivamente isso veio a comprovar-se, embora ainda que no sábado os pilotos conseguissem realizar a 1ª subida de prova com o traçado praticamente seco e retirar o máximo partido dos seus carros. Contudo, no domingo a chuva marcou presença copiosamente durante todo o dia, complicando em muito o trabalho das equipas e dos pilotos nas restantes subidas de prova. Independentemente das desagradáveis condições do tempo, o público marcou presença em força, como é habitual em Guimarães.

Paulo Ramalho tinha como objectivo discutir as primeiras posições nesta prova, iniciando com algumas cautelas as primeiras subidas de treinos para adquirir ritmo e adaptação às zonas do traçado que ainda se encontravam molhadas ao início da tarde, para na 1ª subida de prova no final da tarde de sábado e com o traçado quase totalmente seco, imprimir um andamento forte.

Na sequência deste esforço, o piloto do Porto terminava o dia de sábado na 2ª posição provisória, tendo apenas à sua frente o seu irmão Rui a pouco mais de 1 segundo de distância. Portanto, tudo decorria conforme pretendido, ainda para mais, estando as 2 primeiras posições na posse dos dois pilotos da equipa PRMiniracing. Na manhã de domingo e com a chuva a marcar presença de forma rigorosa, obrigou os pilotos a utilizarem pneus de chuva nos seus carros e a redobrarem os cuidados, dado que a possibilidade de despiste era uma realidade.

Assim sendo, nestas condições todos os pilotos pioraram os seus tempos comparativamente a sábado, não conseguindo o piloto portuense manter a vantagem que detinha do dia anterior face a alguns dos seus adversários que utilizavam carros de tracção às 4 rodas, denotando ainda alguma falta de ritmo nestas condições adversas. Face a isto, Paulo terminaria na 5ª posição da geral, no cômputo do somatório da sua subida de sábado com a melhor subida de domingo a pouco mais de 4 décimas de segundo do 4º classificado e a cerca de 2 segundos da 3ª posição.

Rui Ramalho, tal como o seu irmão tinha como objectivo discutir um lugar do pódio, sabendo no entanto a forte concorrência dos pilotos dos carros de tracção total, que em condições de chuva têm melhores argumentos técnicos. O piloto mais jovem da equipa por motivos profissionais não teve possibilidade de realizar a 1ª subida de treinos de sábado, alinhando directamente na 2ª subida de treinos e obtendo logo o melhor tempo da geral com bastante facilidade e naturalidade. Para a derradeira subida de sábado, 1ª de prova, Rui manteve o ritmo endiabrado e a liderança, deixando imediatamente atrás de si o seu irmão Paulo.

No domingo, Rui tal como o seu irmão, prescindiu de realizar a 1ª subida de treinos livres para não correr riscos desnecessários devido à chuva forte que se fazia sentir, guardando-se para as 2 últimas subidas de prova que restavam. Se assim pensou, melhor o fez, dado que na penúltima subida de prova Rui fez uma subida isenta de erros e riscos, tentando perceber as reacções do seu Juno e o estado da pista, para na derradeira subida imprimir ainda mais o ritmo e surpreender tudo e todos com o melhor crono absoluto e com isso vencer esta Rampa da Penha.

Rui Ramalho foi efectivamente a surpresa desta Rampa, realizada em condições muita adversas, sendo o justo vencedor desta prova ao garantir a 1ª vitória desta época, confirmando o valor demonstrado na época transacta e tirando partido da aprendizagem acumulada no ano passado. O piloto dedicou esta 1ª vitória a todos os patrocinadores e a todos os elementos da equipa, sem os quais nada disto teria sido possível.