Triunfo emotivo na Bélgica para Charles Leclerc

Num fim de semana marcado pelo trágico desaparecimento de Anthoine Hubert na Fórmula 2, Charles Leclerc homenageou o seu amigo com a conquista da sua 1ª vitória na Fórmula 1. Partindo da pole position conquistada no Sábado e beneficiando de uma inteligente estratégia de equipa, o jovem monegasco foi capaz de superar um ameaçador Lewis Hamilton. Sebastian Vettel não teve argumentos para travar a ofensiva germânica, cedendo a 3ª posição a Valtteri Bottas.

Partindo da 1ª posição da grelha, Charles Leclerc efectuou um arranque irrepreensível, mantendo o comando após os metros iniciais. Sebastian Vettel era o piloto que se seguia, imediatamente à frente de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas. Por sua vez, Max Verstappen efectuou um mau arranque, perdendo diversas posições. Ao tentar recuperar do seu percalço, o piloto holandês atrasou em demasia a travagem para La Source e tocou no Alfa Romeo de Kimi Raikkonen. Se Raikkonen permaneceu em prova apesar dos danos, Verstappen não passou do Radillon: um tirante da direcção cedeu nesse ponto da pista, levando a que o Red Bull embatesse nas barreiras de protecção.

O Safety Car foi chamado a intervir, tendo Raikkonen aproveitado para rumar duas vezes à boxe para tentar reparar os danos no Alfa Romeo. Ainda durante este período, Carlos Sainz Jr. abandonou prematuramente devido a problemas técnicos no McLaren. Na 5ª volta, a prova foi retomada e Charles Leclerc dilatou paulatinamente a sua vantagem relativamente aos demais pilotos. À 15ª volta, Sebastian Vettel rumou às boxes para montar pneus médios, sendo seguido por Leclerc (20ª volta), Hamilton (21ª volta) e Bottas (22ª volta). Após estas múltiplas paragens, Vettel assumiu a liderança da prova. No entanto, o piloto alemão contava agora com pneus bastante gastos, fruto do ritmo imposto após a passagem pela via das boxes. Leclerc aproximava-se rapidamente, levando a Ferrari a efectuar uma troca de posições entre os seus dois pilotos, pedido esse acedido imediatamente por Vettel.

Com o jovem piloto monegasco na liderança da prova, Vettel tinha agora a dura tarefa de impedir a progressão dos dois Mercedes, ajudando desta forma o seu colega de equipa. Com Hamilton mais rápido do que os dois Ferrari, Vettel foi decisivo na perda de terreno do piloto britânico. No entanto, Hamilton acabaria por suplantar o seu rival germânico na 32ª volta, passando então para a 2ª posição. Recuperando segundo atrás de segundo, o actual Campeão do Mundo aproximava-se perigosamente de Leclerc, cujos pneus estavam agora longe do seu melhor desempenho. Os dois pilotos entraram para a última volta separados por pouco mais de um segundo, tendo Leclerc aguentado estoicamente a pressão e conquistado o seu primeiro triunfo na Fórmula 1. Um triunfo dedicado a uma pessoa em particular: Anthoine Hubert. Amigo e rival em pista de Charles Leclerc, Pierre Gasly e Esteban Ocon nas categorias de promoção, o piloto francês perdeu a vida na corrida de Sábado da Fórmula 2 após um grave acidente que envolveu também Juan Manuel Correa.

Valtteri Bottas culminou o Grande Prémio da Bélgica no degrau mais baixo do pódio, beneficiando do desgaste acentuado de pneus do Ferrari de Sebastian Vettel, que obrigou a uma paragem suplementar nas boxes. O piloto alemão terminou na 4ª posição, imediatamente à frente de Alexander Albon, na sua estreia na Red Bull. Lando Norris, que ocupava a 5ª posição até à derradeira volta, foi forçado a abandonar com problemas técnicos no seu McLaren. Sérgio Pérez (Racing Point) foi o 6º classificado, seguido de Daniil Kvyat (Toro Rosso) e Nico Hulkenberg (Renault). Pierre Gasly, de regresso à Toro Rosso e Lance Stroll, em Racing Point, encerraram o Top-10 em solo belga.