A última visita à Targa Florio
5 Dezembro 2013 - José Soares da Costa

1973 encerrou o ciclo “mundialista” da clássica Targa Florio, uma prova de estrada onde as viaturas de Sport de 3 litros do inicio da década de 70 competiam nos caminhos tipicamente percorridos pelos sicilianos na azáfama da sua vida diária. A segurança havia ditado o fim das perigosas competições em estrada aberta de outrora.

Nesta última participação no Campeonato do Mundo de Marcas, a Targa Florio contou com a presença das principais equipas de fábrica: Porsche, Ferrari e Alfa Romeo. Enquanto a Porsche havia abdicado do seu 908 em favor do 911 Carrera RS para Gijs van Lennep e Herbert Muller, a Ferrari apresentava-se na Sicilia com dois Ferrari 312PB para as duplas Arturo Merzario/Nino Vaccarella e Jacky Ickx/Brian Redman. A Alfa Romeo apresentava um único Tipo 33, para Rolf Stommelen e Andrea de Adamich.

A edição de 1973 ficou trágicamente marcada por dois acidentes com consequências fatais: Charles Blyth morreu ao volante do seu Lancia Fulvia HF após embater num reboque e um espectador foi colhido fatalmente após o despiste do Alpine Renault de um piloto local. As parcas condições de segurança, a ausência de barreiras de protecção e equipamento de apoio, bem como os 72 km de comprimento do traçado ditaram o inevitável final da prova italiana.

No capítulo desportivo, o Martini Porsche Carrera RS de Gijs van Lennep e Herbet Muller foi o vencedor da edição de 1973, após as desistências dos dois potentes protótipos de fábrica da Ferrari (devido a um furo e um acidente) e do solitário Alfa Romeo (colisão com um retardatário). Após a saída do Campeonato do Mundo de Marcas, a história da Targa Florio prolongou-se ainda até 1977, tendo sido organizada como um evento de carácter estritamente nacional.

Recorde agora neste documentário que vos apresentamos na janela acima, a última edição daquela que é considerada por muitos como a última prova de estrada disputada nos dias de hoje.