Marc Coma lidera após etapa complicada
Na 2ª metade da etapa maratona reservada às motos e quads, foram muitas as dificuldades que impediram o progresso dos pilotos. A chuva caiu abundantemente e o Salar de Uyuni, belíssimo em dias de sol, tornou-se num calvário para as motos. Joan Barreda Bort perdeu a liderança e foi rebocado até ao final da etapa. Marc Coma ascendeu à liderança e Paulo Gonçalves subiu à 2ª posição.
Considerada uma das mais duras tiradas de sempre (senão a mais dura) do Dakar para as motos, foram vários os pilotos que tentaram, em vão, impedir o arranque desta etapa. Mas o ASO foi inflexível e os pilotos tiveram mesmo de partir para a 8ª etapa, entre Uyuni e Iquique, correndo grandes riscos para a sua integridade física.
No Salar de Uyuni, a chuva caiu intensamente ao longo da noite. Com a passagem das motos, o sal e a água (que chegava a 15 cms de altura) formavam uma pasata que se alojava nas componentes mecânicas, bloqueava e danificava tudo à sua volta e aumentava a temperatura dos motores. Além da chuva, o frio que se fazia sentir na Bolívia deixou cerca de 40 pilotos em hipotermia, com alguns a serem mesmo evacuados. Após os 100 Kms no Salar e a paragem para reabastecimento, foi possível constatar os danos causados às mecânicas das motos.
Os pilotos tentavam a todo o custo limpar as motos, resolver os problemas eléctricos e mecânicos causados pelo sal e cumprir o resto da etapa. Joan Barreda Bort, o líder da prova, viu-se a braços com problemas eléctricos na sua Honda. Nem a ajuda de Hélder Rodrigues e Paulo Gonçalves foi suficiente para resolver esta situação. Barreda acabaria por ser rebocado até ao final da etapa, tendo perdido 4h25m para o piloto mais rápido e somado mais 1h20 de penalização.
Até Marc Coma, veterano do Dakar, sentiu problemas ao arrancar a sua KTM após o reabastecimento. Com a ajuda de comissários, de Rúben Faria e de Jordi Viladoms, o piloto espanhol conseguiu continuar em prova e cumprir a etapa (encurtada para apenas 370 Km), terminando o dia na liderança. Paulo Gonçalves também subiu na classificação geral, estando agora na 2ª posição a 9m11s de Marc Coma. O vencedor desta etapa foi Pablo Quintanilla.
Quanto aos restantes pilotos portugueses, Hélder Rodrigues também teve problemas com a sua moto e terminou a etapa com 3h05m de atraso relativamente ao piloto mais rápido. Rúben Faria quedou-se pelo 10º tempo, a 7m44s do melhor registo do dia. Na classificação geral, Hélder Rodrigues ocupa a 18º posição, a 3h25m de Marc Coma e Rúben Faria é o 6º classificado, a 34m34s do seu chefe de fila.
Nos quads, a tarefa não foi muito mais fácil. Após uma 1ª metade da etapa maratona bastante complicada, Ignacio Casale terminou a 2ª metade com o 2º registo, ganhando 29 minutos a Rafal Sonik, o 8º classificado deste dia. Na classificação geral, Casale passou para a liderança da prova, com 6m49s de vantagem sobre Sonik. Sergio Lafuente terminou o dia com o 3º tempo e mantém-se na 3ª posição da classificação geral, a 49m11s de Ignacio Casale. O vencedor da 8ª etapa foi o argentino Jeremias Gonzalez.