Hecatombe italiana entrega triunfo a Hamilton
4 Setembro 2018 - José Soares da Costa

Num Grande Prémio de Itália onde era esperado um domínio da Ferrari, após uma sensacional sessão de qualificação para os monolugares transalpinos, foi Lewis Hamilton e a Mercedes quem se destacou. Em terreno adverso o piloto britânico superou-se, protagonizando um dos seus melhores desempenhos de sempre e carimbando um triunfo que o coloca na senda do título. Kimi Raikkonen “fez das tripas coração” e colocou o seu Ferrari na 2ª posição, batendo Valtteri Bottas, o perfeito “escudeiro” no seio da Mercedes.

Depois de terem assegurado a primeira linha da grelha de partida na sessão de qualificação de Sábado, todas as apostas recaiam numa dobradinha da Ferrari em Monza. Mas tudo viria a precipitar-se durante a 1ª volta: após um arranque onde Kimi Raikkonen manteve a liderança, o piloto finlandês viu-se pressionado pelo seu colega de equipa Sebastian Vettel, que pretendia ultrapassar o seu colega de equipa na abordagem para a 2ª chicane. Esta manobra, sem sucesso, viria a deixar o caminho aberto para uma tentativa de ultrapassagem de Lewis Hamilton.

Ao manter-se por dentro da trajectória, tentando defender a sua 2ª posição, Vettel acabaria por tocar no Mercedes de Hamilton e fazer um pião, caindo para o último lugar. Por sua vez, o piloto britânico não sofreu qualquer dano e permaneceu na luta pela 1ª posição, perseguindo o Ferrari de Kimi Raikkonen. Com a asa dianteira partida, Sebastian Vettel viu-se obrigado a rumar às boxes, ao passo que o Safety Car entrou em pista para retirar o Toro Rosso de Brendon Hartley, que havia abandonado após o arranque da prova.

Se a Ferrari ambicionava conquistar a vitória, acabaria por deitar tudo a perder na 1ª paragem nas boxes:  tentando responder a uma paragem nas boxes da Mercedes, a equipa italiana chamou precipitamente Raikkonen às boxes, após somente 20 voltas. No entanto, a paragem programada pela Mercedes tratou-se apenas de um “bluff” da equipa germânica, que manteve Hamilton em pista até à 29ª volta. Kimi Raikkonen via-se agora a braços com um surpreendente Hamilton, equipado com pneus macios mais frescos e Valtteri Bottas, que rodava imediatamente à sua frente e atrasava propositadamente o piloto da Ferrari.

Sem capacidade de resposta, Raikkonen deparava-se com a degradação evidente dos pneus macios do Ferrari, levando ao limite o seu esforço para manter a liderança da prova. No entanto, à 43ª volta, Hamilton logrou ultrapassar o piloto da formação transalpina na abordagem para a primeira chicane. A partir desse momento, Hamilton dilatou paulatinamente a sua vantagem, carimbando um triunfo impensável para os analistas. Kimi Raikkonen conservou a sua 2ª posição, tendo terminado a prova com os pneumáticos traseiros num elevado estado de degradação.

O último degrau do pódio foi alcançado por Valtteri Bottas, que após a sua paragem nas boxes viu-se envolvido numa disputa com Max Verstappen. O piloto da Red Bull levou o seu esforço longe demais, tendo tocado no Mercedes do piloto finlandês na travagem para a 1ª chicane. Essa manobra valeu-lhe uma penalização de 5 segundos, a qual atirou-o para a 5ª posição, imediatamente atrás de Sebastian Vettel. Apesar do percalço vivido durante a 1ª volta, o piloto alemão conseguiu amealhar alguns pontos, mantendo-se na luta pelo título de Pilotos com 30 pontos de diferença relativamente a Hamilton.

O “melhor dos outros” em Monza foi Romain Grosjean, na 6ª posição, batendo desta forma Esteban Ocon e Sérgio Pérez, em Racing Point Force India, 7º e 8º classificados respectivamente. Carlos Sainz Jr., em Renault e Lance Stroll, em Williams, encerraram o lote de posições pontuáveis no Grande Prémio de Itália.