O revolucionário Mclaren MP4/1
Em 1981, a Fórmula 1 assistiu a uma nova revolução, com consequências semelhantes à introdução do motor central de John Cooper ou do efeito solo de Colin Chapman. O Mclaren MP4/1 foi o primeiro monolugar da categoria com chassis em fibra de carbono, até então um material exótico apenas utilizado na aviação. Os evidentes ganhos em segurança, rigidez e comportamento dinâmico levaram à sua adopção generalizada no seio da Fórmula 1…
6 de Março de 1981 foi o dia que marcou para sempre a história da Fórmula 1. Foi nesse dia que a Mclaren apresentou o seu novo MP4/1, fruto da nova colaboração com a Project 4 de Ron Dennis que daria origem ao Mclaren Project 4, designação ainda hoje utilizada pelos monolugares saídos de Woking. O novo monolugar, desenhado por John Barnard, contava com um chassis totalmente feito em fibra de carbono, substituindo o alumínio anteriorimente utilizado.
As vantagens da fibra de carbono relativamente ao alumínio reflectiam-se na obtenção de maior rigidez do chassis e na criação de uma célula de segurança para o piloto. Com as elevadas potências dos motores de Fórmula 1 de então, os chassis em alumínio sofriam com os efeitos das torções, prejudicando também o efeito solo alcançado. Com a utilização da fibra de carbono, anulavam-se os efeitos nefastos da torção e incrementava-se a rigidez geral do conjunto.
Entre as restantes equipas havia algum receio acerca do comportamento da fibra de carbono numa eventual colisão. Um grave acidente no Grande Prémio de Itália deitaria por terra qualquer dúvida acerca da utilização deste material. Na saída da 2ª curva Lesmo, John Watson perdeu o controlo do Mclaren MP4/1 Cosworth, embatendo nas barreiras de protecção…e numa árvore localizada imediatamente atrás. Apesar da gravidade do acidente, John Watson saiu pelo seu próprio pé, sem ferimentos.
Com a introdução da fibra de carbono no Grande Circo, outras equipas rapidamente copiaram a nova técnica, apresentando novos chassis em fibra de carbono em 1982. Com a natural maturação da tecnologia, os regulamentos também evoluíram com o passar dos anos, forçando a utilização da fibra de carbono desde meados da década de 80. Nos dias de hoje muitas viaturas de alto desempenho também recorrem a este material, corroborando assim a ligação entre a competição automóvel e as viaturas do dia a dia.