A revolução Quattro no IMSA GTO…
Com os Grupo B banidos dos ralis internacionais e após uma incursão vitoriosa em Pikes Peak, a Audi procurava um novo palco internacional para demonstrar o seu conceito Quattro perante o público e a imprensa. Em 1988, o campeonato americano Trans-Am assistiu à “avalanche” Quattro, vitoriosa em 8 das 13 corridas da época. Mas 1989 seria o ano do seu maior triunfo, desta feita no competitivo e exuberante campeonato IMSA GTO…
O IMSA GTO era no final da década de 80 um dos mais interessantes campeonatos de GTs do mundo. Com projecção internacional e um conjunto de regulamentos menos restritivo, o IMSA GTO contava sobretudo com as potentes viaturas construídas por equipas e construtores norte-americanos. Após ter sido banida do campeonato Trans-Am devido à sua elevada competitividade, a Audi decidiu quebrar o “status-quo”, levando o seu conceito Quattro para o IMSA GTO.
Para este campeonato, a Audi projectou um novo modelo: o Audi 90 Quattro, nome de código R5. Debaixo da silhueta de uma singela viatura de produção, com os devidos alargamentos, residia uma pura viatura de competição, construída de raiz para as pistas. O Audi 90 Quattro contava com um motor turbo comprimido de 5 cilindros de 2.2 litros, semelhante ao que havia sido utilizado no Audi Quattro S1 E2 do extinto Grupo B. As potências alcançadas por esta unidade rondavam os 720 cv, um valor ainda assim inferior às potências alcançadas pelos V8 “Big Block” americanos.
No entanto, foi o revolucionário sistema Quattro que marcou a diferença em pista, fornecendo a tracção que os seus rivais com apenas duas rodas motrizes não conseguiam obter. Debaixo da carroçaria em fibra de carbono e do chassis tubular residia um complexo sistema de 4 rodas motrizes com 3 diferenciais mecânicos. Em conjunto com um motor melhorado e aligeirado, este sistema permitia colocar o Audi 90 Quattro nos primeiros lugares da grelha, batendo os seus mais directos opositores.
A nível aerodinâmico, o Audi 90 Quattro contava com uma generosa asa traseira e uma exuberante secção frontal com enormes entradas de ar. O aspecto alargado desta viatura, as saídas de escape laterais sempre pontuadas com vistosas labaredas e o característico som do motor de 5 cilindros ajudaram a mitificar esta viatura na memória dos adeptos e espectadores.
Apesar de todo o entusiasmo que rodeou este novo projecto da Audi, a estreia do novo 90 Quattro não foi bem sucedida. Em Miami, numa prova sprint de 45 minutos, os dois Audi inscritos abandonaram com falhas mecânicas. Os sucessos viriam na 4ª prova da temporada, em Summit Point, através da dobradinha alcançada por Hans Stuck e Hurley Haywood. Stuck viria a alcançar mais 6 vitórias ao longo de 1989, mas os pontos perdidos nas 3 primeiras provas entregaram o título ao Mercury Cougar XR7 de Pete Halsmer.
Tal como havia acontecido no campeonato Trans-Am em 1988, o domínio da Audi no IMSA GTO não foi bem visto pela organização do campeonato. Seguindo o exemplo da SCCA, a IMSA baniu as viaturas com tracção às 4 rodas, encerrando prematuramente o projecto 90 Quattro. Por esta altura, a Audi já havia escolhido o próximo palco para o sistema Quattro: o DTM…